Black bass Passauna


                                  PESCARIA DE BASS UTILIZANDO SPINER BAIT.

Pescaria Ultralight Uma Excelente Opção







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Mais do que uma simples modalidade de pesca, é um novo conceito de emoção na pescaria, que está invadindo os pesqueiros de todo o País

Texto e Fotos: Jean Fabricio Coqui, equipe Fishingtur
Pesco desde os 6 anos, mas, por um período, deixei de me interessar pela pesca. Acredito que isso tenha ocorrido numa época em que quase não havia pesqueiros esportivos. Os que existiam, ou eram pagos por cota ou por quilo de pescado. Nesse período ainda, eu usava varas de ação média-pesada, algumas variando entre 25lb e 40lb, para a pesca de fundo. Era algo muito além do recomendado! Nesse época, para sentir a emoção de uma boa briga, o peixe tinha que ser de muito bom porte.
A partir daí, comecei a transformar algumas varas de mão, lisas, com medidas de até 5,40m, nas minhas primeiras ultra-lights. Mesmo meio quadradas, desmontava e formava outras varas, mesclando gomos e ações diferentes, em carbono e fibra de vidro. Quebrei muitas! Mas 99% de tudo o que sei hoje sobre desenvolvimento de varas, eu aprendi em cima de testes práticos, observação, leitura e muitos testes.
Quando errava, começava de novo, corrigia e avançava. Até que dei conta que isso me satisfazia por completo, que supria a minha necessidade em esportividade, e decidi criar a Amental Fishing. De lá para cá, já são 12 anos confeccionando materiais ultra-lights, sempre aperfeiçoando e desenvolvendo varas novas, utilizando materiais mais resistentes e montando conjuntos cada vez mais equilibrados, ideais para aguentar os “monstros” da modalidade ultra-light com o máximo de emoção.
Eu sempre gostei de desafios. Hoje respiro isso e, para mim, ultra-light é a condição ideal para se pescar peixes que estão confinados em pesqueiros, sem as estruturas naturais das quais poderiam usar a seu favor. Dessa forma, transformo uma simples pescaria em um verdadeiro duelo.
Dentro dessa modalidade existem inúmeras variantes e finalidades, a começar pelas varas. Os equipamentos que fabrico são de 4lb-6lb, sem utilização de cabo de EVA ou cortiça. Isso por que não quero perder a sensibilidade do material durante a briga. A ressonância que a linha faz, perde-se com o uso do cabo. A intenção é forçar o material ao extremo, com a linha quase no ponto de rompimento, a vara quase no ponto de quebrar e o molinete travado, quase que no máximo, para que o peixe não passe muito tempo brigando. Mesmo com peixes de 20kg ou mais, a briga não passa de 20 minutos. É tudo muito intenso.
Deve-se sempre respeitar o peixe, para que ele não morra após uma briga muito longa. Explico: Quando o peixe cansa em excesso e se estressa, há o risco de que ele saia nadando lentamente quando liberado, vá para o fundo do lago e morra devido à acidulação lática em sua musculatura. O que queremos é justamente o contrário, queremos fair-play, dando condição ao peixe de escapar e fugir, ou ao menos uma boa recuperação pós-luta. Queremos uma briga sem sequelas.
Muito embora aqui na reportagem contenha fotos com peixes de maior porte, assim como em meus vídeos, na real o ultra-light tem por finalidade proporcionar maior índice de capturas. Pegamos mais peixes que outras modalidades e destacamos algumas razões para isso: sensibilidade, apresentação da isca, leveza do material, equilíbrio do conjunto, peixes cada vez mais manhosos devido a reiteradas capturas, entre outras.
O ponto da massa (isca) também é fundamental, assim como o tipo de massa e o local escolhido para a sua pescaria ultra-light. Saiba que a chance de você engatar um peixe grande – somando todos esses fatores – é enorme, pois até para os exemplares mais manhosos, a isca com aspecto de solta no fundo do lago é irresistível!

Conceito ultra-light

Praticidade com a tralha, necessidade de poucos itens para realizar uma pescaria e poucas variações de isca, são fatores que tornam fáceis as mudanças de local quando se deseja fazer a pescaria em mais de um ponto. Eu utilizo em minhas pescarias uma cadeira de porte baixo, uma mochila para meus suportes, uma caixa de pesca com anzóis (10cm x 4cm), um tubo porta varas para até 16 varas desmontadas, alicate, tesoura, pano e um guarda-sol.
Pesco sempre com 4 varas, o que me permite testar todas as variantes até descobrir a qual distância o peixe está mais ativo. Esses arremessos variam de 3 a 50 metros, sendo que o material permite, nas configurações indicadas, arremessos de 50 metros usando apenas o peso da massa. Este é um grande diferencial da pescaria ultra-light, que ocorre com a menor intervenção possível no meio.
A linhada utilizada é montada usando apenas o anzol atado. A linha fica sem encastoado, porém, pode-se usar um empate, desde que pequeno. Atualmente o mercado possui alguns modelos extremamente versáteis, que não passam de 4 cm, fabricados em arame inoxidável. O empate evita o corte e também não atrapalha o interesse do peixe, pois é possível cobrir ele todo com a bola de massa. Isso mesmo, uso grandes bolotas de massa! Esta é outra dica legal, pois dessa forma não é preciso cevar e o cheiro da massa, que dispersa muito bem durante a descida em direção ao fundo, atrai o peixe com facilidade.